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Black Friday 2023: acabou o encanto?

Após diversas especulações e previsões, a Black Friday acabou frustrando as expectativas e o otimismo de desempenho nesse ano.

O e-commerce brasileiro registrou uma queda no número de vendas e faturamento na Black Friday 2023. É o que revelam dois estudos recentes divulgados pelo InfoMoney. Da meia-noite de quinta-feira (dia 23.11) às 23h59 de domingo (dia 26.11), foram realizados um total de 8,2 milhões de pedidos, mostrando uma queda substancial d 16,3% em comparação ao mesmo período de vendas em 2022.

Esses dados obtidos são da plataforma Hora a Hora, da Confi.Neotrust, empresa de inteligência de dados, em parceria com a ClearSale, também no ramo de dados com múltiplas soluções para prevenção a riscos. Apesar do ticket médio ter crescido 2,1% em relação ao ano passado, para R$639,47, o faturamento total do comércio eletrônico foi 14,6% menor (caindo para R$5,2 bilhões.

Um segundo ano consecutivo aquém das expectativas

Segundo o superintendente comercial da ClearSale, Matheus Manssur: “Essa queda pode estar atrelada a diversos fatores, como a desaceleração pós-pandemia do e-commerce, que reduziu os pedidos de compras, e a diluição das vendas ao longo de novembro, evitando a concentração apenas na Black Friday”.

Os resultados apresentados frustraram as expectativas da própria Neotrust para a Black Friday, já que para o período entre quinta e domingo era esperado um aumento anualizado de 12% no faturamento (algo em torno de R$ 7,99 bilhões).

O “Esquenta Black Friday”, ocorrido semanas antes do evento, já mostravas uma temperatura mais morna em relação à data tão esperada pelo e-commerce brasileiro. Conforme dados da própria Neotrust, o faturamento do e-commerce nos primeiros 15 dias de novembro apresentou uma queda de 6,7% em relação a 2022 (para R$ 6,92 bilhões).

Consumidores muito mais atentos às suas compras

O Reclame Aqui também informou que a Black Friday 2023 foi a edição com maior volume de reclamações desde a estreia da data no Brasil. Houve um crescimento de 30% em relação a 2022 e o maior número de reclamações desde 2014.

Além das reclamações, muitos consumidores usaram o Detector de Site Confiável do Reclame Aqui para verificar lojas falsas (foram mais de 8 mil sites pesquisados e analisados). Destas, cerca de 4 mil eram páginas com alertas para o consumidor. No âmbito dos golpes, o período registrou 35,4 mil tentativas de ações fraudulentas que, em valores, representam R$49,1 milhões, com queda de 36% na comparação com o ano anterior. O ticket médio das tentativas de fraude foi de R$1.311.

Na sexta-feira (dia 24.11), as categorias mais impactadas pelas ações dos golpistas foram: aéreas (1,7%), automotivo (1,5%), bebidas (1,3%) e, por último, informática (1%).

Existe uma luz no fim do túnel

Apesar das quedas nesse ano, o evento foi positivo para alguns players, sobretudo para os marketplaces. “A Black Friday está transcendendo do varejista puro para o marketplace, porque aí há a realidade de cada um dos participantes, onde dezenas de milhares de participantes do Mercado Livre, por exemplo, sabem aonde aperta o calo e podem fornecer descontos efetivos para os clientes”, é o que afirma Roberto Kanter, professor de MBAs da FGV (Fundação Getúlio Vargas). Só para ilustrar o que ele disse, o Mercado Livre registrou seu recorde de vendas em uma Black Friday: 80% em vendas brutas.

Além disso, mesmo com os índices negativos já citados no início do artigo acima, a cesta de pedidos também tornou-se um ponto positivo em 2023, com uma alta de 6,1% em relação a 2022, o que representa cerca de 3,1 itens por pedidos concluídos.